Heróis
Eu, eu me lembro de estar parado encostado na parede, as armas atiravam sobre nossas cabeças e nos beijávamos. Então poderíamos ser heróis, ao menos por um dia.
galáxia 2010
O ano de 2009 foi, no mínimo, o ano mais rápido da minha vida; piadas rápidas, surtos rápidos, decisões rápidas, desistências rápidas, amores rápidos e no meio desse vapt-vupt todo, é impossível não dizer que o que fica é um gostinho de quero-mais. Sabe aquela coisa de “oso, oso, oso, devagar é mais gostoso”? E com os pés dentro de 2010, o ano que talvez seja o mais maluco da minha vida, com uma agenda lotada que inclui cursinho, escola, vestibulares e nights-out (oras, ninguém é de ferro) só tenho a desejar um ano não em slow motion, porque cansa e todo mundo fica feio na tela; mas sim que vá, como diria um sujeito chamado Martinho da Vila, devagar-devagarinho, para podermos aproveitar cada segundo sem deixar nada para trás. Então, um ano incrível, com muita paz, saúde, fé em Deus, cérebros-de-gênio e saltos altos homéricos para todas nós, amém.
Memórias em Montauk
Sabe quando tudo o que a gente quer é ter um botãozinho "Delete" grudado em alguma parte da nossa cabeça e, a qualquer momento, pressioná-lo? Ao maior estilo Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças, claro. Já passei muito por isso. Queria apagar de uma vez certas pessoas que, ingenuamente, deixei que me magoassem, esquecer momentos que eu gostaria de nunca ter vivenciado, atitudes que tomei magoando pessoas queridas. É duro reelembrar, todo mundo tem seu dia de Clementine. Mas e se esse botãozinho, essa válvula de escape realmente existisse, seríamos plenamente felizes? Acho que não. Parece clichê dizer isso, mas erros - nossos e dos outros - são fundamentais pra construir tudo o que somos hoje, tudo o que seremos amanhã. Sim, porque por mais que seja aliviante apagar coisas da gente, no fim das contas, as memórias são retratos, mesmo que dos erros, e é com elas que saberemos fazer certo da próxima vez. E, não, não é questão de remoer, é questão de aprender. Claro que, se o Mark Ruffalo quiser vir aqui em casa, as portas estão sempre abertas, mas minhas intenções são outras com o moço - faço questão que minhas lembranças permaneçam intactas, obrigada. E trato de manter minhas memórias-retrato penduradinhas na parede. Afinal, sejam 3x4 ou ampliadas, sejam boas ou ruins, elas são nada menos que minha vida.
Brindar, não blindar defeitos
De médico, louco e perfeccionista todo mundo tem um pouco. E é preciso de pelo menos essas duas últimas características pra fazer a linda, rica e loira Nicole Kidman chorar durante as filmagens de Eyes Wide Shut; Stanley Kubrick que o diga! Mas piadinhas-chatas-de-cinéfilos-chatos à parte, acho que ultimamente talento para medicina e aptidão esquizofrênica têm me faltado, me restando perfeccionismo de sobra. Não, sobra não, porque sobra não é coisa boa, logo não é perfeito, logo não me apetece. Entende a gravidade da coisa? Num desses momentos de terapia e reflexões sobre a vida ao som de música mela-cueca, cheguei a conclusão de que super abri mão do meu blog e, mas do quê isso, abri mão de uma das minhas maiores paixões, que é justamente escrever, por medo de postar algo que não fosse convincentemente bom e depois ler e ficar com cara de que-bërda-é-essa-que-eu-escrevi. Aaah, já chega! Não sou escritora profissional, portanto chega de neura na hora de botar pra fora no meu PRÓPRIO ESPAÇO o que eu tiver vontade. E sabe de uma coisa? Nicole Kidman deveria mesmo era ter rodado a bahiana, "dane-se se o cara é o maior gênio do cinema, sou loira, rica e linda E AINDA esposa do Tom Cruise (bons tempos), chega aí, bêibi, vamos deixar esse mala-sem-alça com o perfeccionismo dele sozinho". Porque gente perfeccionista só nota que é um saco quando fica sozinha e percebe o drama que é a autocondenação, não aceitar seus limites, suas fraquezas. A real é que só me sinto a vontade quando escrevo e se for pra ficar me prendendo toda vez que for digitar algum post, por mais insiginificante, esdrúxulo e sem nexo que seja, acho que é melhor baixar as portas disso daqui e botar uma plaquinha de "closed" em garranchos (letras garrafais são pefeitas demais, dispenso). Então a partir de agora, ignorem (ou não) se virem um post de duas linhas e sem sentido algum por aqui. Serei eu fazendo as pazes comigo e com meu blog. Serei eu tirando os sapatos dentro da minha própria casa. É, acho que enfim estou de volta e posso chamar isso aqui de meu lar. (:
Trainspotting
Choose life.Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television! Choose washing machines, cars, compact disc players and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol, and dental insurance.Choose fixed interest mortgage repayments. Choose a starter home. Choose your friends.Choose leisurewear and matching luggage. Choose a three-piece suite on hire purchase in a range of fucking fabrics.Choose diy and wondering who the fuck you are on a Sunday morning.Choose sitting on that couch watching mind-numbing, spirit-crushing game shows, stuffing fucking junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pissing your last in a miserable home, nothing more than an embarrasment to the selfish, fucked up brats you spawned to replace yourself. Choose your future. Choose life. But why would I want to do a thing like that? I chose no to choose life..I chose something else. And the reasons? There are no reasons.
Who needs reasons when you've got heroin?
VENDE-SE
É isso aí: hoje em dia não se pode mais nem fazer suas necessidades fisiológicas de graça. Tem que pagar. Dois reias e cinquenta centavos, pra ser mais específica. Quer dizer, pelo menos este foi o preço estipulado no estabelecimento em que esta que vos fala recorreu, quando estava com uma bexiga cheia e sem um centavo no bolso. Devido á crise, alerta, em outros lugares o preço deve ser até mais alto. Isso aí, você paga pra nascer, paga pra viver, paga pra morrer; e a novidade é que agora também paga pra fazer xixi, maoe! Sem gentilezas e camaradagem, agora só na base das verdinhas (sem apologias á erva). Quase mais nada é de graça, e a coisa só tende a piorar. Daqui a pouco, 10 mangos pra pedir um pretê em namoro. Depois 50 se quiser ter uma DR. Vamos pagar pedágio no portão pra entrar no nosso próprio quintal e, depois, mais uma taxa pra abrir a porta e pôr os pés dentro do doce lar. Visitar blogs, em breve, só dando o número da sua conta pra poderem descontar, de acordo com o preço estipulado pelo (ego do) proprietário da página. Tomar um soco bem no meio da fuça numa briga de rua, só depois de abrir a carteira pro agressor. Adversários, adversários, negócios a parte. Aí o mundo vai virar um roubo só e vai ter estelionatário foragido da polícia em todo canto do globo. Quer mais? Com tantas cobranças e gente por aí vendendo até a mãe pra pagar uma lata de sardinha, vai aumentar o número de operadores de telemarketing oferecendo serviços de desconto pra você, cliente fiel. De graça, com a pequena contribuição de alguns reias aí. Comercialização á mil. Bem-vindo ao futuro! Pois é, e ainda não dão razão praquele tiozinho barbudo que fica na rua com a plaquinha de "O Fim está Próximo". Ou aos pobres desafortunados que, na falta de dois e cinquenta, correm pra trás da moita com um rolo de papel higiênico.
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